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UGT Press - Aposentadoria - Colocando o Dedo na Ferida


APOSENTADORIA: o Brasil não pode adiar mais os debates e decisões sobre o seu sistema de aposentadoria e pensões. O pacto de gerações deve ser para valer, firme e factível, de forma a se sustentar no tempo. Um novo sistema deveria ser para todos - trabalhadores e servidores públicos - sem privilégios, mas também sem as espertezas governamentais, a exemplo do fator previdenciário e outras maluquices. O país não suportará déficits crescentes e a mudança do perfil etário da população está recomendando prudência e inteligência para tratar do problema. A discussão não pode ser emocional e o Brasil deve se basear em pontos racionais, técnicos, atuariais, com equidade e exequibilidade. Não é fácil e, se o país não o fez até o limiar do século 21, é porque as questões políticas envolvidas são, no mínimo, explosivas.

ALGUNS PAÍSES: a Finlândia e outros países europeus, nos quais se têm agora baixas taxas de natalidade e populações que envelhecem e vivem mais, já aumentaram a idade para a aposentadoria. Pouquíssimos países, entre eles o Brasil, têm aposentadoria por tempo de serviço. Naqueles países, não se concebe mais aposentadorias com menos de 65 anos de idade e poucos deles já ultrapassaram esse limite. A Espanha, que tem um sistema atuarialmente equilibrado, está mudando para 67 anos. Não esquecer que tais nações têm também bons sistemas de seguro desemprego e ninguém passa fome porque está sem trabalho.

CIÊNCIA: a ciência evoluiu e já mede com precisão a capacidade produtiva do homem. Estudos feitos por universidades americanas e européias mostram que as pessoas, cada vez mais, estão aptas para o trabalho na meia idade. Pesquisas sérias sustentam que a maioria delas quer continuar trabalhando. Entretanto, as condições precisam mudar: ser mais elásticas e menos rígidas. Há meios de tornar o trabalho prazeroso e que ajude a viver mais e em boas condições. Barbara Strauch, editora de ciências do New York Times, autora de um livro de sucesso - O melhor cérebro de sua vida: Segredos e Talentos da maturidade, Editora Zahar - diz: "Precisamos criar licenças sabáticas em todas as ocupações... E precisamos pensar em maneiras de reduzir a semana de trabalho para três ou quatro dias quando temos família. Nessa etapa da vida, todos precisamos de empregos mais flexíveis. E não precisamos tornar-nos irrelevantes aos 65 anos".

JUVENTUDE E MEIA IDADE: novos conceitos estão situando a juventude até os 35 anos de idade, inclusive as organizações sindicais em seus agrupamentos de jovens. A meia idade e a maturidade vão, mais ou menos, até os 70 anos. Há provas suficientes (e essa é a tese principal do livro de Strauch) que as pessoas têm melhor desempenho exatamente na meia idade. Há declínio de algumas funções do cérebro - esquecer nomes ou não se lembrar de onde deixou a chave do carro -, mas em outras, essenciais para a organização, prestação de serviços e produção, as pessoas de meia idade são superiores. Então, está na cara, que precisamos esticar o tempo de estudo e preparação para a vida, investindo em processos educacionais mais duradouros, permitindo às pessoas maduras passar mais anos trabalhando. Algumas empresas já estão descobrindo isso: Home Depor e a Borders, empresas americanas, começaram a contratar trabalhadores aposentados, oferecendo-lhes horários flexíveis e expedientes parciais e, em alguns casos, a possibilidade de compartilhar o local de trabalho, trabalhando em regiões frias no verão e em regiões quentes no inverno.

ESCASSEZ DE MÃO-DE-OBRA: como vivemos mais, temos menos filhos, desfrutamos de novos remédios e novas próteses, estamos continuamente disponíveis, para, em boas e especiais condições, continuar trabalhando até mais tarde. Hoje, no mundo, há aproximadamente 500 milhões de pessoas com 65 anos ou mais. Diz Strauch; "Em 2030, uma em cada oito pessoas na terra estará na meia idade ou será mais velha. Pela primeira vez na história  -  e possivelmente pelo resto da história humana - as pessoas com mais de 65 anos superarão o número das que terão menos de cinco anos".  No Brasil, as taxas de natalidade caíram dramaticamente e, em algumas regiões, já estão próximas de 1 (um). Por enquanto, estamos com escassez de mão-de-obra qualificada, mas não demorará muito e faltarão pessoas que façam determinados tipos de serviço. Vamos ter que apelar para os imigrantes, que já começam a chegar.

PAÍS NOVO: como país novo, inteiramente por construir, o Brasil tem a rara oportunidade de repensar, modificar e melhorar o seu sistema previdenciário, dando-lhe sabedoria e equidade. O pacto de gerações funcionaria se dotássemos o sistema de receitas adicionais ou melhorássemos as formas de contribuição. Um bom exemplo ou caminho é taxar as exportações de minérios, que estão saindo do país sem nada em troca, enquanto empresas nacionais e estrangeiras se enchem de dinheiro. Outra possibilidade são cobranças de taxas adicionais específicas sobre lucros exagerados ou absurdos de certos setores. Quando se discute novamente a CPMF, dever-se-ia pensar numa destinação carimbada para um sistema de SAÚDE E PREVIDÊNCIA, se possível, sem o controle do governo e com administração direta dos interessados (empresários, trabalhadores e aposentados). Sabe-se que, onde o governo brasileiro coloca a mão, nada anda, há corrupção e é moroso e ineficiente!

DEBATE: esse debate, que vem sendo adiado pelos governos de turno deve envolver as centrais sindicais de trabalhadores, o governo, empresários e especialistas. Quanto mais tarde, pior.



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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 03/10/2011
Número de Visitas: 3587

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