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UGT Press - Pobreza americana

Nº 0261 - 15 DE OUTUBRO DE 2011

POBREZA AMERICANA: dados do censo americano mostram que a pobreza aumentou em 2010. Passou de 14,3% em 2009 para 15,1% em 2010, um milhão a mais em um ano. Para quem gosta de números, são considerados pobres nos Estados Unidos nada menos do que 46,2 milhões de pessoas, mais do que em qualquer época nos últimos cinquenta anos. Os Estados Unidos tratam suas estatísticas como lhes convêm. Quando eles eram recordistas em medalhas de ouro nas Olimpíadas, classificavam o desempenho de acordo com a cor da medalha. Na última Olimpíada, quando não mais alcançaram o maior número de medalhas de ouro, passaram a classificar pelo número total de medalhas. Como dizem os jornalistas brasileiros, os americanos são tão imparciais quanto um de nossos gandulas. Agora, surgiram as mais estapafúrdias explicações sobre a extensão e a natureza da pobreza americana. Algumas, realmente inventivas. Veja: as crianças pobres americanas ingerem mais proteínas do que qualquer criança pobre em outro país; a maioria das crianças pobres nos Estados Unidos está superalimentada e, quando crescer, será, em média, 2,5 cm mais alta e 5 quilos mais gorda do que os soldados que invadiram as praias da Normandia na Segunda Guerra Mundial; o que governo americano considera como pobre (uma família de quatro pessoas com renda abaixo de 22 mil dólares ao ano), a maioria, em outros países, inclusive no Brasil, é considerada rica; famílias pobres americanas possuem carro, TV, DVD, VCR e outros confortos da vida moderna, impensáveis em pobrezas africanas, sulamericanas ou asiáticas.

COMO ANALISAR A POBREZA: concede-se um grau de razão aos conservadores americanos em seus esforços para descaracterizar a pobreza e, com isso, barrar as leis de proteção social de inspiração democrática. Mas, em que pese um americano pobre não ser a mesma coisa do que um brasileiro ou um somalês pobre, num país rico há outros parâmetros a considerar. Ron Haskins, do Brookings Intitution, disse: "Limitar-se a citar o número de televisores de uma pessoa implica em não levar em conta a crise causada pela perda repentina de renda ou o fato de a pobreza, numa sociedade, ser quase sempre considerada de maneira relativa. Quando as crianças vão para a escola e vêem que os colegas têm uma vida melhor, quando vêem os carros que os estudantes ricos dirigem e o tipo de roupas que vestem, a diferença para os que não têm nada disso se torna mais marcante"  (Estadão 17-09). No Brasil, a propaganda governamental diz que tiramos 30 milhões de pessoas da pobreza e essa tem sido, mundo afora, a grande bandeira de Lula. Realmente, há milhões de famílias beneficiadas pela ação governamental anterior, mas sair da linha que demarca a pobreza não significa deixar de ser pobre. Tudo, como diz Ron Hastins, deve ser considerado de maneira relativa. Enfim, se os americanos não são tão pobres, os brasileiros não são tão classe média como se propala.

OUTROS DADOS:  ao observar outros dados importantes, pode-se conhecer melhor o perfil da pobreza americana. Ela atinge mais os jovens e cresceu entre brancos, negros e hispânicos. Uma entre quatro pessoas pobres é negra ou hispânica; 22% dos jovens estão abaixo da linha da pobreza; a renda familiar dos Estados Unidos caiu 6,2% em relação a 2007, um ano antes da crise imobiliária; 6% da população americana estão abaixo da linha da miséria (50% menos renda do que a linha da pobreza). O mais alarmante dos dados é constatar que 50 milhões de habitantes, todos com menos de 65 anos de idade, não possuem seguro-saúde, valendo dizer que estão fora de qualquer assistência médica regular.
 
JUROS DESCENDENTES: o Brasil convive com altas taxas de juros desde sempre, sobretudo pagando os seus constantes déficits orçamentários com dinheiro alheio, interno ou externo. Essa política monetária perversa, permanente e duradoura, retirou bilhões de reais do setor público, transferindo-os para a iniciativa privada. Dinheiro que poderia ter sido usado na melhoria da infraestrutura e nas condições de proteção social ao trabalhador brasileiro. O Brasil não tem nem uma coisa nem outra. Continua sendo um país por construir. Agora, há um governo que, pela primeira vez desde a instituição do Plano Real, tem como meta diminuir os juros. De forma inédita no Brasil, fala-se em juros descendentes. É uma perspectiva positiva, histórica, sobretudo se considerarmos que, apesar da primeira tímida redução, ainda pagamos os juros mais altos do mundo. Já há chiadeira. Aqueles que ganham com juros altos, “o andar de cima”, na expressão de Elio Gaspari, sustentam que a nova política do Banco Central do Brasil é equivocada e vai trazer mais inflação. Entrevistas, como a de Philip Poole, funcionário do HSBC, concedida ao Estado no dia 17 de setembro, defendem de cabo a rabo o controle da inflação via juros altos. Suspeitíssimas. O controle dos gastos públicos é também medida de controle da inflação. Existem outras à disposição do governo.

ESPANHA: a Espanha, na linha de risco em termos da propalada crise do euro, está gradativamente fazendo o seu dever de casa e pode ser, entre os países ameaçados, o primeiro a deixar para trás o fantasma da bancarrota. Foi o primeiro país europeu a elevar os impostos sobre os ricos, com a adoção de um imposto sobre o patrimônio, capaz de colocar nos cofres públicos mais de um bilhão de euros por ano. Tomou outras medidas: metade de seus aeroportos foi privatizada, aumentou a idade de aposentadoria para 67 anos, com redução dos proventos em 5% para todos os servidores públicos, além de flexibilizar o mercado de trabalho com a adoção de contratos por tempo determinado. Medidas, no dizer de Gilles Lapouge, "cruéis". Medidas antipáticas que custarão, certamente, a transição no poder com a provável vitória dos conservadores sobre os socialistas. Convém prestar atenção ao processo espanhol.

DIAP:todos os anos o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar faz uma lista dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional. Pela segunda vez, o deputado Roberto Santiago, vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) faz parte da lista. Outros sindicalistas, como Paulo Pereira da Silva e Vicentinho, também repetem a presença.

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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 28/12/2011
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