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UGT Press - Rio + 20 incógnitas

Nº 0294 - 05 DE JUNHO DE 2012

RIO + 20: as notícias sobre o mais importante evento internacional do momento são contraditórias. Alguns estão decepcionados por algumas ausências importantes (Barack Obama e Angela Merkel, por exemplo) e outros contentes porque essas ausências serão, de longe, compensadas por outras presenças de peso (casos de Vladimir Putin da Rússia, François Hollande da França e mesmo a substituta de Obama, Hillary Clinton). De certa forma, as preocupações foram externadas pelo deputado holandês do Parlamento Europeu, Gerben-Jan Gerbrandy, que criticou até mesmo a logística do Rio de Janeiro: "É um mau sinal para a Rio+20, sem dúvida [a logística cara]. Mas há notícias bem piores. O foco mudou. Temos de procurar novas formas de desenvolvimento sustentável, de uma economia mais responsável. Mas o que vemos é uma discussão sobre questões sociais, importantes, é claro, mas não centrais para uma conferência desse tipo" (Estadão, A-22, 10/05). Ao todo, calcula-se que poderão estar presentes 80 chefes de Estado e o objetivo da presidente Dilma Rousseff é esse mesmo: conseguir trazer o maior número possível de chefes de Estado ao Brasil.

SOCIEDADE CIVIL: justamente a crítica do deputado holandês Gerbrandy (temas focados em questões sociais) tem sido saudada pelos cientistas. O pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), Pedro Roberto Jacobi, falou ao mesmo jornal, em 21-05: "Os temas que estão colocados na Rio+20 - economia verde, governança e erradicação da pobreza - são como recomeçar o mundo. Sem dúvida são coisas que dependem de acordos entre governos, mas temos a sensação de que esses acordos vão demorar cada vez mais. Então é fundamental a sociedade se mobilizar por esses temas, pressionar". Ele teme que os resultados da conferência não resultem em compromissos concretos, mas afirmou a importância da sociedade civil discutir esses temas e insistir nesse caminho. Na verdade, realmente há uma mobilização muito grande das ONGs (Organizações não Governamentais) e Sindicatos no sentido de "salvar" a Rio+20 exatamente pelo crivo das questões sociais. Os eventos paralelos programados confirmam essa tendência.

CRÍTICA PROCEDENTE: as críticas que se avolumam sobre as precárias condições de infraestrutura no Rio de Janeiro e sobre os preços cobrados pelos hoteis são procedentes. Até mesmo a Embratur divulgou uma nota em que classificou de "absurdos" os preços cobrados pela hotelaria. O prefeito Eduardo Paes também criticou de forma rigorosa o setor, lembrando que a cidade terá outros eventos internacionais importantes: Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos. O Itamaraty (Ministério de Relações Exteriores) também tem sido criticado em função de seu contrato com a empresa Terramar, o que, convenhamos, não explica tudo. Não bastassem os problemas ligados à violência, à necessidade de um aparato de segurança especial, com envolvimento das Forças Armadas, os empresários do Rio de Janeiro ainda se aproveitam dessas promoções para cobrar preços aviltantes. Equação difícil de ser solucionada.

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO: depois das críticas, o Palácio do Planalto entrou no jogo e conseguiu baixar o preço das diárias na Rio+20. Contudo, a operação precisou de quatro ministros e do empenho da Embratur. "A lei da oferta e da procura não é absoluta, não pode se traduzir em práticas abusivas, o governo tem não só o direito, mas a obrigação de defender os consumidores e a imagem do País. Estamos prontos a agir no caminho do diálogo", foi uma das frases utilizadas pelo presidente da Embratur, Flávio Dino, para pressionar o setor hoteleiro. Todavia, o governo brasileiro só tomou providências ante o desgaste internacional e o cancelamento da participação dos deputados do Parlamento Europeu. As contas do Parlamento Europeu mostraram que os deputados gastariam no Rio de Janeiro uma quantia 10 vezes superior do que em qualquer outro país desenvolvido do mundo. A primeira boa notícia foi o acordo da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-SJ) com a agência Terramar para reduzir o valor das diárias entre 25% a 35%. Os preços cobrados ainda continuam proibitivos e muitas delegações, especialmente de organizações sindicais e não governamentais, estão deixando de ir ao Rio de Janeiro ou reduzindo os seus membros. As organizações sociais não têm o mesmo poder de fogo do governo brasileiro e, certamente, nem tanto dinheiro para gastar. 

CONFERÊNCIA SINDICAL: entre os eventos que mais prometem na Rio+20 está a Conferência Sindical, onde se espera a presença de quase 500 sindicalistas, representantes das entidades de cinco continentes - Europa, Ásia, África, Oceania e América. Essa conferência está sendo organizada pela CSI (Confederação Sindical Internacional), CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas) e pelas três centrais brasileiras mais importantes (CUT, FS e UGT). O tema a ser abordado será "Trabalhador pelo Desenvolvimento Sustentável". O evento será realizado no Hotel Windsor Guanabara, entre os dias 11 e 13 de junho. Na abertura estão previstas as falas de Sarah Burrow (CSI), Victor Báez Mosqueira (CSA), Artur Henrique da Silva Santos (CUT), Paulo Pereira da Silva (FS) e Ricardo Patah (UGT).

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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 11/06/2012
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