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O QUE NOS AGUARDA EM 3 DE OUTUBRO



A POLÍTICA COMO ELA É: a política brasileira está dando um espetáculo bem de acordo com suas entranhas. Sem regras, as campanhas eleitorais só poderiam ser mesmo o que estão sendo: nada comportadas. Em todas as últimas eleições presidenciais houve a exploração de escândalos, que, de tão banais, nem têm o mesmo efeito de outrora. Neste momento, a grande dúvida é saber se o escândalo Erenice Guerra levará ou não a disputa para o segundo turno. Como disse Luis Fernando Veríssimo, até 3 de outubro teremos várias manchetes e duas capas de Veja.


IMPRENSA: outra circunstância, bem mais sutil e poderosa, é verificar o alcance do papel da imprensa nas eleições. No Brasil, acredita-se que ela é imparcial. Não é. E como disse o presidente Lula: "tem candidato". Nos Estados Unidos, país do qual copiamos esse estilão bruto de fazer campanha, as posições são claras. De antemão, já se sabe a posição de determinados meios, principalmente jornais, em relação aos candidatos. Os apoios são escancarados. Abertamente, eles se postam ao lado de um ou de outro candidato. No Brasil, há um  certo disfarce, não há clareza.


PREVISÍVEL: quando se enterrou a Lei de Imprensa no Brasil, um entulho autoritário forjado em meio à ditadura militar, o presidente do STF à época, Gilmar Mendes, argumentou que haveria um vazio legal. Analistas independentes disseram que seria difícil implantar uma nova lei de imprensa no país, daquelas que vigoram na Inglaterra ou na França, países com democracias mais sólidas do que a nossa. Luis Fernando Veríssimo, no mesmo artigo (Estadão, 23/9),  ponderou: "O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito de imprensa como formadora de opinião".


IMPARCIALIDADE VERSUS INDEPENDÊNCIA: discussão acadêmica, a imparcialidade exige um comprometimento ético mais visível. Por exemplo, se a televisão der um certo tempo a determinado candidato, está na obrigação de dar o mesmo tempo aos demais. Independência é diferente. O meio pode ter uma posição, mesmo que parcial ou engajada, mas tem independência exatamente para fazer o que quer. O que não se compreende é a imprensa se dizer imparcial e comportar-se francamente contra ou a favor de determinado candidato.


PROTESTOS VERSUS PROTESTOS: de todos os lados aconteceram "veementes protestos". Um deles, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, contra a imprensa, denominado "Contra o golpismo midiático e em defesa da democracia" (sem destaque na mídia), mas com o apoio de centrais sindicais e movimentos sociais. O outro, composto por juristas e tucanos, intitulado "Manifesto em Defesa da Democracia" (com direito à primeira página). Ambos inseridos diretamente no contexto da disputa eleitoral.


MUSSOLINI VERSUS HITLER: a disputa no Brasil chegou a um ponto crítico, em que a imprensa deu destaque a certas acusações, no mínimo, disparatadas. O presidente Lula foi comparado a Hitler e a Mussolini. O presidente Fernando Henrique Cardoso levantou a tese sobre Mussolini e o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, lembrou Hitler para se referir a um suposto viés autoritário do presidente. Convenhamos que houve exagero. Não foi Lula quem pagou pela emenda da reeleição, mas foi ele quem recusou tentar um possível terceiro mandato.


REAÇÃO: eleições são eleições e acontecem segundo as regras (por piores que sejam) que estão em vigor. Nenhum dos dois presidentes (FHC ou Lula) se preocupou em dotar o país de uma legislação política consequente. Não foram estadistas na acepção da palavra e se beneficiaram das falhas existentes no sistema. Num sistema assim, manifestações de intolerância e desagrado das mais reacionárias foram notadas em ambas as trincheiras. O presidente atual se aproveita de seus altos índices de popularidade para levantar seus candidatos aliados. Isso é insuportável para a oposição.


DEMOCRACIA: tudo o que estamos assistindo não ajuda a construir uma grande democracia. Apenas preocupa aqueles que gostariam de ver no Brasil o nascimento de uma nova civilização. O sistema propicia esse conflito. Enquanto não tivermos a tal da reforma política, consequente, produzindo um sistema justo e duradouro, certamente vamos correr o risco de ver o que estamos vendo. 3 de outubro poderá dizer muito ou nada. Veremos.











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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 27/09/2010
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