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Fica-se sabendo, pela mídia, que os governos federais mais recentes inauguraram 1.158 unidades do SUS. Juntas, elas custaram R$ 1 bilhão e, no momento, se encontram fechadas por falta de verba, custeio e falhas de planejamento.
Isso não deveria acontecer. Afinal, o brasileiro trabalha cinco meses do ano exclusivamente para pagar impostos ao governo que, em troca, deve dotar a população de saúde, educação, habitação, infraestrutura...
Todavia, o centro do poder, lá em Brasília, não pensa em outra coisa: quer tirar o Brasil dos trilhos à custa de subtrair direitos trabalhistas e previdenciários.
Militamos no meio sindical há dezenas de anos. Sabemos que grande parte dos sindicatos tem departamentos de saúde (médicos e dentistas) para atender sua categoria a preço zero.
Sabemos, também, que com as reformas pretendidas, tais entidades de defesa do trabalhador não terão condição de manter tal aparato, pois serão economicamente enfraquecidos.
Quem perde com esta situação? A resposta é clara e única: os responsáveis diretos pelo desenvolvimento do País, ou seja, a mão de obra.
Numa contabilidade rápida, centenas de milhares de pessoas engrossarão as filas do Sistema Único de Saúde que, como todos sabemos, é caracterizado por longa espera, exames marcados para daqui a um ano ou mais e atendimento superficial e pouco recomendável.
Vale dizer, ainda, que quem possui planos de saúde está migrando para o SUS, pois não tem dinheiro. Afinal, o índice de desemprego já se aproxima dos 15 milhões, sendo que outros 10 milhões estão fazendo bicos para sobreviver.
Prevemos, portanto, um baque social e econômico sem precedentes. No capitalismo selvagem defendido pela atual administração lotada em Brasília, os mais fracos, sem a representatividade dos sindicatos, serão os grandes perdedores.
José Antonio Martins Fernandes - presidente do Sinpefesp e da FEPEFI
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