Temos hoje no Brasil uma imensa massa de trabalhadores vivendo na mais completa ignorância quanto a seus direitos trabalhistas e políticos.
O sistema, que sempre esteve a soldo das elites, promove tal alienação, especialmente através da mídia por ela manipulada, que, salvo raras e bem-vindas exceções, demoniza o sindicalismo e trata greves como atos de baderneiros.
O povo crê que o seu papel no mundo é trabalhar, mesmo sem direitos.
Na verdade, o trabalhador não se considera cidadão perante à máquina de fabricar alienados, mantida pelos poderosos.
A massa é incapaz de refletir que o prejudicado por greve e manifestações são os patrões, cujo coração bate no bolso.
Julga que o prejuízo é dele, trabalhador, impedido de chegar na hora ao emprego por falta de transporte.
Mal sabe, a massa explorada, que fazer greve é, sim, um ato inteiramente lícito e constitucional.
O grande erro dos sindicatos foi, ao longo de décadas, ter perdido a oportunidade de esclarecer a sociedade quanto a seus direitos de cidadania.
Ainda há tempo do sindicalismo esclarecer que greve não é coisa de "vagabundos, oportunistas e baderneiros", como a mídia quer fazer o trabalhador acreditar. É, sim, uma ferramenta essencial para promover justiça e melhor equilíbrio na balança entre o capital e o trabalho.
Antonio Rogério Magri
Consultor sindical e político de diversas entidades sindicais, entre elas, o Sinpefesp e a FEPEFI
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