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A participação brasileira em Paris 2024
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A participação brasileira em Paris 2024
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Na conclusão geral dos jogos de Paris, eu diria que a participação brasileira causou certa decepção, com suas 20 medalhas e apenas três delas de ouro.
Assim avalio tendo, como aliada, a experiência que tive ao longo dos preparativos das modalidades nas Olimpíadas do Rio, em 2016.
Eu era presidente da Confederação Brasileira de Atletismo e participei, de forma muito próxima, dos preparativos realizados tanto pelas Confederações quanto pelo COB, o Comitê Olímpico Brasileiro.
Na Rio 16, houve um investimento grandioso em equipamentos e estrutura.
O resultado talvez não tenha se refletido muito no Rio, mas, nas Olimpíadas de Tóquio, o Brasil atingiu potencial, como consequência dos anos anteriores a 2016.
Os críticos de plantão gostam, sempre, de jogar as coisas para baixo. Mas sou testemunha. Como diria um amigo meu, daqueles que perdem a amizade, mas jamais a piada, não faltou nem leite de formiga!
Através do COB e das Confederações, percebi um grande salto em nível de investimento e na parte técnica dos atletas.
Em Paris, alguns fatores atrapalharam a nossa performance de baixa conquistas de medalhas de ouro, como as condições climáticas nas competições de surf e de vela.
Ok. É de se compreender. Mas, de um modo geral, as expectativas não atingiram as metas propostas, em especial pelo investimento feito.
Ações
Penso que, para melhorar a performance do desporto brasileiro, teríamos de ter um investimento integrado entre escolas durante alguns anos, como fez a China lá atrás.
O país asiático e grande potência olímpica fez uma Universidade do Esporte, onde centralizou todos os investimentos esportivos concomitantemente a um sistema de descoberta de talentos com vários polos em toda a sua extensão territorial. Isso foi feito dez anos antes das Olimpíadas de Pequim.
Os resultados foram certeiros, tanto é que a China, em Paris, disputou hegemonia taco a taco com os Estados Unidos.
No Brasil, a meu ver, teríamos que fazer uma série de investimentos em escolas e integralizar uma filosofia escola/clube, que já é a concepção do nosso modelo.
O Ministério do Esporte, juntamente com o Ministério da Educação, precisa fazer uma ação conjunta de investimentos. Depois, com os talentos surgidos, o COB ampliaria seus centros de treinamentos em parceria com as Confederações.
A receita, em minha opinião (dividida com a de bom número de especialistas), é essa: desenvolver projetos e deixá-los no forno por uma dezena de anos. O Brasil tem muito potencial. E em várias modalidades esportivas.
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José Antonio Martins Fernandes
Ex-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo
Ex-presidente da Federação Paulista de Atletismo
Diretor Nacional de Esportes da UGT
Vice-presidente do Sinpefesp
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Escrito por: caz.sinpefesp
Postado: 13/08/2024
Número de Visitas: 421
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